Parceria entre a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, o Sindicato dos Professores no DF e a ESMPU, a atividade ofereceu aos participantes um espaço de diálogo e reflexão sobre formas de se buscar um ambiente de ensino sadio e livre de qualquer forma de violência.
Com o objetivo de debater os desafios na prevenção e no enfrentamento da violência nas escolas, cerca de 170 professores e estudantes de Ensino Médio do Distrito Federal participaram nesta quarta-feira (24) do Seminário Violência nas Escolas.
Parceria entre a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, o Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) e a Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), a atividade ofereceu aos participantes um espaço de diálogo e reflexão sobre formas de se buscar um ambiente de ensino sadio e livre de qualquer forma de violência.
A fim de contemplar um maior número de participantes, o seminário contou com duas turmas: uma realizada pela manhã e outra à tarde. Durante a abertura dos trabalhos da primeira turma, o procurador federal dos Direitos do Cidadão, Aurélio Rios, afirmou que já há algum tempo a educação é uma prioridade para a atuação do MPF, destacando, entre outras ações, o projeto Ministério Público pela Educação (MPEduc), implementado em abril deste ano. Aurélio Rios ressaltou ainda que é necessário promover diálogos frequentes como os propostos pelo seminário, envolvendo professores, alunos, instituições públicas e a sociedade em geral, a fim de que se encontrem formas de superar dificuldades como a violência nas escolas.
Também presente, a diretora do Sinpro-DF, Rosilene Corrêa, lembrou a recente pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em que o Brasil ocupa a primeira posição no ranking da violência nas escolas. «Precisamos mudar esse quadro. Hoje, temos quatro mil professores readaptados, afastados das salas de aula por, entre outros motivos, agressões de alunos», denuncia.
A mesa de diálogos do seminário foi aberta com a exibição de dois vídeos elaborados pela equipe do MPEduc. Coordenadora do projeto e mediadora dos debates do dia, a procuradora da República Maria Cristina Manella disse que a violência e outros problemas enfrentados nas escolas também resultam do distanciamento entre sociedade e instituições de ensino. «O sistema atual tornou a relação escola-sociedade muito tensa e fria. É preciso que a comunidade dê um passo adiante e comece a participar ativamente, a resgatar essa relação, e não apenas cobrar do poder público», declarou.
Para a psicóloga Sílvia Lordello, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o contexto da violência envolve não apenas o ambiente escolar. «O cenário da violência é muito mais amplo que o da sala de aula, mas reverbera na escola», disse. Incentivando a participação dos estudantes presentes no seminário, ela explicou que uma das formas de combate à violência escolar associa-se à superação da visão estereotipada da adolescência, classificada como hostil, perigosa e difícil. «Esse estereótipo inibe um olhar propositivo sobre o adolescente, dificultando o diálogo e promovendo a violência», afirmou a psicóloga. Ela acrescentou que é urgente despertar no jovem o senso de identidade e investir em sua participação social, papel fundamental da escola.
A mesa de diálogos contou ainda com palestra do sociólogo José Vicente Tavares dos Santos, coordenador do Grupo de Pesquisa Violência e Cidadania da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutor em sociologia pela Université de Paris X, Nanterre, ele falou sobre questões envolvendo violência, cidadania e segurança, temas de seus estudos.
A última parte do seminário foi destinada aos debates entre a plateia e os especialistas. Todos os professores e estudantes receberam certificado de participação emitido pela ESMPU.
Cartilha – Além dos tópicos abordados durante as palestras e os debates, os professores do Ensino Médio do DF também poderão discutir em sala de aula outro tema de grande repercussão na atualidade: o combate à corrupção.
No início do seminário, o diretor-geral da ESMPU, Carlos Henrique Martins Lima, anunciou que todos os presentes receberiam a cartilha «Corrupção e improbidade: como combater», obra voltada especialmente para professores do Ensino Médio, buscando orientá-los no debate e no estudo do tema com seus alunos.
De acordo com o diretor-geral, a proposta é fazer com que, por intermédio dos professores, os estudantes conheçam o trabalho do Ministério Público e possam auxiliar a instituição no combate à corrupção.
O material resulta de uma parceria entre a ESMPU e a 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (5ª CCR), que atua na defesa do patrimônio público e social.
FUENTE: Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão